Castro Festival 2025: um espetáculo de amor, arte e liberdade

Evento contou com três palcos temáticos — Colors, Twin Peaks by Smirnoff e Fantasy by Amstel

Por: Felipe Lucchesi
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Felipe Lucchesi

O Vale do Anhangabaú se transformou em um verdadeiro epicentro de celebração, liberdade e representatividade com a realização do Castro Festival 2025. Em sua mais recente edição, o evento reafirmou seu protagonismo como uma das maiores celebrações da cultura LGBTQIAPN+ do país — reunindo música, performance e arte em um line-up vibrante e plural.

Nossa equipe de reportagem chegou cedo para conferir a entrada do público e a expectativa sobre os shows que estavam por vir.

Com três palcos temáticos — Colors, Twin Peaks by Smirnoff e Fantasy by Amstel — o festival abraçou diversos gêneros musicais, estéticas e linguagens, proporcionando uma experiência rica e ininterrupta ao longo do dia. A curadoria sonora foi certeira ao equilibrar atrações de peso com artistas em ascensão, criando uma atmosfera pulsante e democrática.

Entre os destaques da programação, Ludmilla entregou um show explosivo, com hits dançantes e mensagens de empoderamento que incendiaram o público. Já Ney Matogrosso, com sua performance visceral e presença magnética, emocionou gerações ao reafirmar sua relevância artística e política. O encontro de Karol Conká, Linn da Quebrada e Boombeat no mesmo palco foi um dos momentos mais poderosos da noite, trazendo à tona discursos necessários embalados por beats afiados e atitude.

O festival também apostou na diversidade eletrônica, com sets arrebatadores de nomes como Selvagem feat. Trepanado, Fatnotronic, From House to Disco, Eli Iwasa e Etcetera. A pista foi tomada por uma energia contagiante, alimentada por visuais psicodélicos, luzes multicoloridas e corpos livres dançando sob o céu paulistano.

Mas a música foi apenas uma das estrelas do evento. Performances como as batalhas de ballroom comandadas pela House of Cabal, os shows de pole dance com Pam e Subby, e os números cênicos com bambolês de LED encantaram o público e celebraram o corpo como potência artística. As Castro Queens — Marcia Pantera, Halessia, Tiffany Bradshaw, Hellena Borgys e Mellody — elevaram a temperatura e mostraram, com glamour e ousadia, por que são ícones da cena drag brasileira.

Mais do que um festival, o Castro é um manifesto a céu aberto: uma festa política, afetiva e estética.

No centro de uma cidade ainda marcada por desigualdades, o Anhangabaú se tornou território de resistência e sonho, onde todas as cores, vozes e corpos puderam existir com orgulho.

Com produção impecável, segurança acolhedora e estrutura elogiável, o Castro Festival 2025 provou, mais uma vez, que é possível unir entretenimento de alta qualidade com propósito. Que venham as próximas edições — ainda mais grandiosas, inclusivas e transformadoras.

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