'Chef de Alto Nível': Ana Maria Braga aposta em fórmula saturada, mas com tempero de sucesso

Atração estreou no mesmo dia e horário de 'Masterchef'

Por: Lucas Silva
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Divulgação

A televisão brasileira parece não se cansar de reality shows gastronômicos — já o público, talvez esteja bem próximo disso. Nas últimas temporadas, o que antes era sinônimo de inovação e apetite televisivo se tornou um prato requentado: formatos parecidos, jurados com discursos prontos e um desfile de receitas mais voltado para o entretenimento do que para a gastronomia em si.


Mesmo assim, Ana Maria Braga estreia na TV Globo o programa “Chef de Alto Nível”, apostando justamente nesse território já dominado por atrações como o MasterChef, da Band — que, vale lembrar, vai ao ar no mesmo dia e horário. Coincidência ou provocação?

A nova empreitada da veterana da Globo traz chefs profissionais competindo sob avaliação rigorosa e provas desafiadoras, com uma estética moderna e produção caprichada. Ou seja: uma espécie de “MasterChef repaginado” com grife global — mais ritmo, mais dramaturgia, mais investimento.

Embora o público possa, sim, estar saturado do gênero, o diferencial está na condução de Ana Maria: carismática, com autoridade no tema e uma conexão direta com o público das manhãs que agora pode se estender à noite. O programa tem ritmo, boa edição e não exagera no sensacionalismo, um erro comum no gênero.

“Chef de Alto Nível” pode não reinventar a roda — e nem tenta —, mas acerta ao entregar uma versão polida e bem temperada de um formato consagrado. Para quem já se cansou das longas temporadas do MasterChef ou da gritaria sem propósito em outros realities, essa pode ser uma alternativa mais digerível.

No fim das contas, não é o formato que está esgotado, e sim a falta de renovação dentro dele. Ana Maria aposta alto em um terreno conhecido, mas joga com as cartas certas: experiência, credibilidade e um time de produção afiado. E, no jogo da televisão, isso ainda conta muito.

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