Documentário “Meu Ayrton por Adriane Galisteu” resgata história e reforça necessidade de revisão justa do passado
O documentário não apenas ilumina um capítulo importante da trajetória de Ayrton Senna, como também devolve a Adriane Galisteu o lugar que sempre esteve ali
Por: Mariana Mourão
Foto: Divulgação


A série documental Meu Ayrton por Adriane Galisteu, lançada pela HBO Max em 6 de novembro de 2025, chega ao público como uma das produções mais sensíveis e esclarecedoras já feitas sobre a vida pessoal de Ayrton Senna. Dividida em dois episódios de 45 minutos, a obra revisita, com delicadeza e profundidade, o relacionamento da apresentadora Adriane Galisteu com o tricampeão mundial de Fórmula 1 durante os anos 1990 — período frequentemente marcado por versões distorcidas, omissões e narrativas pouco fiéis ao que de fato aconteceu.
O grande mérito do documentário está na espontaneidade e transparência de Galisteu ao contar sua história. Sem dramatizações artificiais ou tentativas de construir uma imagem heroica de si mesma, ela fala com honestidade sobre os sonhos, inseguranças e a vida compartilhada com Senna na intimidade, oferecendo um retrato humano e afetuoso que durante anos foi eclipsado pelo mito e por disputas públicas envolvendo sua memória.
Com imagens raras, relatos pessoais e uma narrativa guiada pela própria Adriane, a série revela uma mulher jovem que viveu um amor intenso e real, e que, por muito tempo, teve sua participação na vida de Senna injustamente minimizada. Meu Ayrton por Adriane Galisteu abre espaço para uma revisão necessária: a de que a história merece, enfim, ser contada com equilíbrio, respeito e verdade.
O documentário não apenas ilumina um capítulo importante da trajetória de Ayrton Senna, como também devolve a Adriane Galisteu o lugar que sempre esteve ali — o de alguém que esteve ao lado do piloto em um dos momentos mais significativos de sua vida. A produção desponta como um gesto de reparação histórica, construído com sensibilidade e coragem, e estabelece um novo marco na maneira como o público compreende aquela relação.
