Por: Lucas Silva
Foto: Internet

Ninguém soube quando começou — e poucos perceberam quando terminou. O reality show “Estrela da Casa”, aposta musical da TV Globo, encerrou sua temporada deixando uma sensação agridoce no ar: a de que o programa nunca chegou, de fato, a acontecer.

Idealizado para revelar um novo talento da música brasileira, o formato prometia unir drama, confinamento, bastidores e performance, em uma mistura que soava ousada no papel. Na prática, porém, o resultado ficou longe de empolgar. Faltou identidade, ritmo e, principalmente, conexão com o público.

A atração tentou equilibrar-se entre o reality de convivência e a competição musical, mas acabou se perdendo no meio do caminho. O público não se envolveu com os participantes, a narrativa não criou expectativa e a edição, irregular, diluiu o que poderia ser emocionante. A cada semana, era difícil lembrar o que — ou quem — estava em jogo.

O silêncio nas redes sociais foi sintomático. Sem repercussão, “Estrela da Casa” passou pela programação como um projeto que existiu mais na promessa do que na tela. E quando quem venceu foi anunciado, a pergunta ecoou sem ironia: quem ganhou, afinal?

No fim, o programa se despediu com a mesma discrição com que surgiu — sem brilho, sem impacto e sem deixar saudades. Uma pena, porque a televisão brasileira ainda carece de bons formatos musicais que consigam unir emoção, carisma e autenticidade. Desta vez, nem o palco nem o público foram conquistados.

E, talvez, a conclusão mais justa seja esta: ninguém venceu — todos apenas perdemos a chance de assistir a um programa melhor nesse horário.