Faz de Conta que É Paris transforma imaginação e afeto em uma doce comédia sobre família e despedidas

Estreia está marcada para 14 de agosto nos cinemas brasileiros

Por: Mariana Mourão
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Divulgação

Com estreia marcada para 14 de agosto nos cinemas brasileiros, a comédia italiana Faz de Conta que É Paris (título original Pare parecchio Parigi), dirigida e coescrita por Leonardo Pieraccioni, entrega uma narrativa leve, comovente e espirituosa sobre vínculos familiares, saudade e o poder transformador da imaginação.


Inspirado em uma história real que nos anos 1980 emocionou a Itália — a dos irmãos Bugli, que criaram uma viagem fictícia a Paris para o pai doente —, o longa é um tributo criativo à memória, à reconciliação e ao amor entre pais e filhos. Na versão ficcional, acompanhamos três irmãos distantes que se reencontram para realizar o último desejo do pai: conhecer a capital francesa. Incapazes de tirá-lo do hospital, eles transformam um haras em palco de uma viagem de camper de Florença a Paris, provando que a imaginação pode ser o melhor dos passaportes.

Pieraccioni, um dos nomes mais queridos do cinema italiano contemporâneo, conduz a história com ternura e uma dose bem equilibrada de humor e emoção. Sua atuação como um dos filhos é sutil e calorosa, dividindo o protagonismo com o também roteirista Alessandro Riccio, e com destaque especial para Nino Frassica, que entrega uma performance comovente como o pai em fim de vida. A química entre os atores, mesmo nos silêncios, dá veracidade aos conflitos familiares, que são universais e facilmente reconhecíveis.

Visualmente, o filme aposta em uma fotografia ensolarada e acolhedora, assinada por Fabrizio Lucci, que favorece o tom de fábula contemporânea. A trilha sonora de Gianluca Sibaldi contribui para o equilíbrio entre o cômico e o nostálgico, criando respiros para que o espectador mergulhe nos sentimentos dos personagens sem perder o ritmo da comédia.

Mais do que uma história sobre um golpe inocente, Faz de Conta que É Paris é uma fábula afetiva sobre recomeços e sobre o que realmente importa nos momentos finais da vida. Ao propor uma viagem inventada para cumprir o desejo de um pai, os filhos reencontram a si mesmos, ressignificam as mágoas do passado e oferecem — e recebem — uma despedida digna de um roteiro digno de cinema.

"Com o motor da imaginação, é possível percorrer milhares de quilômetros", diz um dos personagens — e é exatamente esse sentimento que o filme nos entrega: uma viagem curta, mas cheia de significado, onde a Paris dos sonhos cabe dentro de um estábulo florentino, e onde o amor ganha, com afeto e humor, o protagonismo que merece.

Não perca essa estreia!