Jovens Amantes mergulha com delicadeza e intensidade nas dores e delícias da juventude artística
Longa estreia nos cinemas brasileiros no dia 3 de julho
Por: Mariana Mourão
Foto: Jérôme Prébois


Jovens Amantes (Les Amandiers), novo longa da atriz e cineasta Valeria Bruni Tedeschi, estreia nos cinemas brasileiros no dia 3 de julho, com uma narrativa envolvente que resgata os lampejos — ora vibrantes, ora sombrios — de uma juventude marcada pela arte, pela inquietação e pelo desejo de viver tudo ao máximo.
Inspirado em sua própria trajetória, o filme é um retrato semi-autobiográfico ambientado no fim dos anos 1980, em uma prestigiada escola de teatro nos arredores de Paris, a famosa Les Amandiers. Acompanhamos um grupo de jovens aspirantes a atores mergulhados em intensas experiências emocionais: primeiros amores, descobertas, perdas, vícios, paixões e frustrações que se entrelaçam ao aprendizado dramático, fazendo da arte um espelho da vida.
Tedeschi assina o roteiro ao lado de Noémie Lvovsky e Agnès de Sacy, com quem compartilhou a própria formação artística. Embora os nomes dos personagens tenham sido alterados, o filme evoca figuras reais que marcaram a cena teatral e cinematográfica da época. Louis Garrel, por exemplo, dá vida a Patrice Chéreau, lendário diretor francês e uma das presenças magnéticas da trama.
Com uma direção que aposta no realismo cru, o longa utiliza câmera na mão, luz natural e planos íntimos, que transportam o espectador para dentro das salas de ensaio, das festas, das crises existenciais e do fervor criativo daqueles jovens. A direção de fotografia de Julien Poupard resgata com beleza a estética oitentista, sem recorrer a fetichismos ou exageros nostálgicos.
O elenco jovem brilha, com destaque para Nadia Tereszkiewicz, premiada com o César de Melhor Atriz Revelação por sua entrega visceral e sensível. Sua personagem é o fio condutor de uma jornada emocional profunda, que capta tanto o impulso idealista da juventude quanto sua vulnerabilidade diante das incertezas da vida adulta.
Selecionado para a competição oficial do Festival de Cannes, Jovens Amantes se destaca também como uma das raras obras dirigidas por mulheres em uma edição marcada por debates sobre representatividade de gênero. Mais do que um coming-of-age, o filme é uma celebração da memória, da criação e da liberdade artística.
Vá ao cinema conferir essa estreia!