Por: Mariana Mourão
Foto: Vantoen Pereira Jr.

A maior insurreição de pessoas escravizadas da história do Brasil chega às telas em “Malês”, longa dirigido por Antonio Pitanga e produzido por Flávio Ramos Tambellini. Baseado em fatos históricos, o filme recria a Revolta dos Malês, que em 1835 mobilizou a população negra – escravizada e liberta – nas ruas de Salvador contra a escravidão, o racismo e a intolerância religiosa.

A narrativa parte do Reino de Oyó, em 1830, quando Dassalu (Rocco Pitanga) e Abayome (Samira Carvalho) têm o casamento interrompido por uma invasão que os leva à captura e ao tráfico para o Brasil. Separados em Salvador, Dassalu é vendido para a fazendeira Mamãe A (Patrícia Pillar) e passa a buscar reencontrar a noiva, contando com o apoio de Ahuna (Rodrigo de Odé).

Entrelaçando personagens históricos e ficcionais, o longa destaca a liderança de figuras como Pacífico Licutan (Antonio Pitanga), Manoel Calafate (Bukassa Kabengele), Vitório Sule (Heraldo de Deus), Luís Sanim (Thiago Justino) e Sabina (Camila Pitanga), além de apresentar mulheres que, cada uma à sua maneira, assumem papel ativo no contexto da revolta.

A trama mostra os bastidores da insurreição, marcada por encontros secretos, tensões familiares e embates entre diferentes visões de resistência. Ao mesmo tempo, evidencia a repressão brutal sofrida pelos malês após o levante, reforçando as contradições e as violências que marcaram a Bahia oitocentista.

Rodado em Cachoeira e Salvador (BA) e em Maricá (RJ), o filme tem roteiro de Manuela Dias, fotografia de Pedro Farkas e trilha assinada por Antônio Pinto e Barulhista. A produção é da Tambellini Filmes, em coprodução com Globo Filmes, Obá Cacauê Produções, Gangazumba Produções e RioFilme, com distribuição da Imovision.

Além de Antonio e Rocco Pitanga, o elenco reúne nomes como Camila Pitanga, Samira Carvalho, Patrícia Pillar, Edvana Carvalho, Indira Nascimento e Wilson Rabelo.

Com estreia em 2025, Malês busca dar protagonismo à perspectiva africana e resgatar um episódio fundamental da luta por liberdade no Brasil, aproximando o público de uma memória histórica que pouco aparece nos livros didáticos.

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