Minecraft: O Filme – um bloco de entusiasmo juvenil em uma estrutura cansativa
Obra ainda está disponível nos cinemas
Por: Mariana Mourão
Foto: Divulgação


Adaptar um fenômeno como Minecraft para o cinema é um desafio ambicioso — afinal, estamos falando de um universo sem narrativa fixa, onde a criatividade do jogador é a principal força motriz. Em Minecraft: O Filme, esse potencial é parcialmente explorado, mas o resultado final peca por uma estrutura cansativa que pouco dialoga com quem está fora do alvo infantojuvenil.
A produção claramente mira nas novas gerações, e para esse público, o longa pode até funcionar. Há ação em ritmo acelerado, personagens visualmente carismáticos e uma tentativa de capturar o espírito lúdico do jogo original. A estética é fiel ao universo pixelado, com mundos coloridos e criaturas familiares que rendem bons momentos visuais. No entanto, tudo isso parece insuficiente para sustentar o filme por mais de uma hora e meia.
O roteiro tenta construir uma jornada de herói clássica, mas é genérico e pouco inspirado. Os diálogos soam artificiais e o humor, muitas vezes forçado. Não há profundidade ou surpresas que elevem a história a algo além de um produto pensado para vender bonecos e licenciar skins. A narrativa segue fórmulas batidas, o que acaba cansando mesmo os espectadores mais jovens em certos momentos.
Para quem cresceu com Minecraft ou está imerso nesse universo, o filme pode despertar um certo encantamento nostálgico ou afetivo. Para o público mais velho, no entanto, é difícil encontrar algo que vá além da curiosidade. A obra parece mais uma extensão de marca do que uma criação cinematográfica com identidade própria.
Em resumo, Minecraft: O Filme pode entreter os pequenos fãs do jogo — e talvez só eles. Para todos os outros, o filme é uma aventura superficial que cansa mais do que conquista.