Nômade Festival em São Paulo – grandes shows perdidos em uma estrutura caótica

Chegar e torcer para o show passar rápido

Por: Lucas Silva
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Divulgação

O Nômade Festival, realizado no último fim de semana em São Paulo, reuniu grandes nomes da música brasileira e atraiu uma multidão ansiosa por viver uma experiência plural, diversa e musicalmente rica. No entanto, o que deveria ser uma celebração da arte e da liberdade cultural acabou comprometido por uma estrutura precária e escolhas logísticas questionáveis.

A começar pela localização: distante do centro e com poucas opções de mobilidade, o festival se tornou um desafio até mesmo para os mais dispostos. A sensação era de que, antes de curtir qualquer apresentação, o público precisava vencer uma maratona de deslocamento, filas e falta de orientação.

Lá dentro, a situação não melhorava: superlotação, dificuldades de acesso aos serviços básicos e espaços mal distribuídos. Para um evento que carrega o nome "nômade", a sensação era de aprisionamento em um ambiente desorganizado.

O grande acerto – e talvez o único – foi a curadoria artística. Os artistas escalados carregaram o festival nas costas. Com shows potentes, envolventes e coerentes com a proposta do evento, eles foram responsáveis por salvar a experiência de muitos que, mesmo diante de tanto perrengue, ainda conseguiram sair com algo positivo para lembrar.

Fica a lição: um bom festival vai além da música. Requer respeito ao público, infraestrutura adequada e planejamento. O Nômade Festival tem potencial, mas precisa urgentemente entender que vivência cultural não pode se limitar ao palco.