“Persona”: quando a TV Cultura celebra a vida e o legado de grandes artistas brasileiros
Sensível, profundo e necessário — a nomes que constroem, todos os dias, a história da arte brasileira
Por: Lucas Silva
Foto: Internet


Em tempos em que a morte de artistas parece ser o gatilho para o reconhecimento tardio, o programa “Persona”, da TV Cultura, vai na contramão do efêmero e presta um tributo em vida — sensível, profundo e necessário — a nomes que constroem, todos os dias, a história da arte brasileira.
A cada episódio, “Persona” homenageia um artista que marcou — e ainda marca — o teatro, a música, o cinema ou a televisão do país. Mas o faz sem pressa, com o respeito que a trajetória de cada convidado merece. O formato aposta em conversas longas, memórias reveladoras e uma escuta atenta, resgatando algo que a televisão aberta raramente oferece hoje: tempo para a emoção acontecer.
O grande mérito do programa está em sua simplicidade elegante. Sem pirotecnias nem artifícios, a atração conduzida por Atila Costa e Chris Maksud transforma a entrevista em um encontro genuíno, onde cada fala se torna testemunho da cultura brasileira viva, pulsante, e não apenas lembrança nostálgica.
Assistir a “Persona” é como folhear um álbum de memórias em movimento. Há emoção, risadas e confissões que revelam o lado humano por trás da figura pública — e é justamente isso que torna cada episódio especial. O programa reafirma o papel da TV Cultura como guardiã de um jornalismo e de um entretenimento que valorizam a memória, o conhecimento e o afeto.
Num momento em que o imediatismo domina as telas e o algoritmo define o que merece ser visto, “Persona” resiste como um ato de reverência e cuidado com a história da arte brasileira. Ao homenagear artistas ainda presentes, o programa não apenas reconhece suas trajetórias, mas também oferece ao público a oportunidade de celebrar o talento — antes que o aplauso se torne póstumo.
Em tempos de pressa e esquecimento, “Persona” é pausa, escuta e gratidão.