Teleton 2025 repete roteiro: SBT ignora transparência e desestimula público ao depender de doações milionárias de empresários
A emissora manteve a estratégia de não encerrar o programa sem atingir a meta oficial
Por: Mariana Mourão
Foto: Divulgação


O Teleton 2025, tradicional maratona solidária do SBT em prol da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), terminou mais uma vez sob questionamentos. A emissora manteve a estratégia de não encerrar o programa sem atingir a meta oficial, recorrendo novamente a grandes empresários e doações corporativas de última hora para atingir o valor estipulado.
O resultado, como já se tornara previsível nos últimos anos, frustrou parte do público. Nas redes sociais, muitos telespectadores criticaram o formato, apontando que a insistência do canal em “fechar a meta a qualquer custo” desmotiva a participação popular, tornando o evento mais uma encenação de caridade do que uma mobilização genuína.
A crítica mais recorrente é que, ao recusar a possibilidade de não alcançar a meta, o SBT esvazia o sentido do engajamento coletivo — transformando o que deveria ser um gesto de solidariedade em um espetáculo previsível.
Criado em 1998, o Teleton construiu uma história de impacto social e mobilização nacional. Contudo, a crescente dependência de grandes cheques e da narrativa do “final feliz garantido” vem gerando um debate sobre transparência, credibilidade e propósito real do evento.
Mesmo com as críticas, o SBT destacou que o valor arrecadado será integralmente destinado à AACD, reforçando a importância da doação contínua ao longo do ano. Mas, enquanto o formato insistir em manter a aparência de sucesso a qualquer custo, a campanha corre o risco de perder justamente aquilo que a tornou um símbolo: a confiança espontânea do público.
