Por: Lucas Silva
Foto: Divulgação

Neste domingo (4), o SBT transmite uma edição histórica do Troféu Imprensa – a primeira sem a presença de seu criador e mestre de cerimônias, Silvio Santos. Uma ausência inevitável, mas simbólica, que lança luz sobre o momento delicado da premiação: será que ainda há fôlego para se reinventar ou veremos mais do mesmo, como já vem acontecendo nos últimos anos?

Mesmo antes da despedida oficial de Silvio, o Troféu Imprensa dava sinais de cansaço. A cerimônia, que já foi um dos eventos mais esperados da televisão brasileira, parecia sobreviver com a ajuda de oxigênio. A fórmula repetitiva, as poucas categorias e o foco quase exclusivo nos artistas da própria emissora enfraqueceram seu impacto e credibilidade.

Um dos pontos mais criticados é a composição da banca de jurados – muitas vezes formada por nomes alinhados aos interesses da casa, mais "puxa-sacos" do que analistas isentos. Por que não ousar? Trazer fãs históricos do SBT (os famosos "SBTistas" como são conhecidos), jornalistas de fora da bolha, influenciadores especializados em televisão e cultura pop? O público está mais plural, atento e exigente. Ele merece uma premiação que o represente.

Amar o SBT é, também, querer vê-lo crescer. Mas, nos últimos anos, a emissora parece confortável demais no que é familiar, e pouco disposta a correr riscos em nome da relevância. O Troféu Imprensa, com seu nome forte e memória afetiva gigantesca, é uma oportunidade valiosa para mostrar que a emissora pode olhar para o futuro sem perder suas raízes.

O legado de Silvio Santos merece ser celebrado – mas também merece ser atualizado. O público está pronto para se emocionar. Resta saber se o SBT está pronto para surpreender.