Virada Cultural 2025: programação intensa, mas insegurança ainda afasta o público
Evento ocorreu nos dias 24 e 25 de Maio em São Paulo, capital
Por: Mariana Mourão
Foto: Divulgação
A Virada Cultural de São Paulo 2025 reforçou sua vocação como um dos maiores eventos culturais do país, oferecendo uma maratona vibrante de shows, oficinas, espetáculos e intervenções urbanas espalhadas por diversos pontos da cidade. A pluralidade de atrações — de grandes nomes da música nacional a talentos periféricos — reafirmou o compromisso da Virada com a democratização da arte e o acesso gratuito à cultura.
No entanto, apesar da robustez da programação e do esforço da organização em descentralizar os eventos, um problema persistente voltou a comprometer a experiência do público: a violência.
Embora a Virada tenha feito investimentos em infraestrutura e segurança, ainda falta uma resposta mais eficaz à sensação de vulnerabilidade que paira sobre os grandes eventos gratuitos em espaços públicos. A presença policial, embora visível, não tem sido suficiente para garantir tranquilidade, sobretudo nos horários mais críticos da madrugada.
Essa tensão afasta justamente o público que o evento pretende acolher: famílias, jovens e frequentadores ocasionais que desejam curtir a programação, mas acabam optando por acompanhar de casa ou em espaços fechados. A cultura deve ser um direito acessível a todos — e isso inclui o direito de vivê-la com segurança.
A Virada Cultural é, sem dúvida, uma conquista da cidade. Mas para que ela cumpra plenamente seu papel de inclusão e celebração, é urgente pensar a segurança pública não como obstáculo, mas como parte integrante do evento. Arte e medo não podem ocupar o mesmo espaço.