“Viva a Noite” estreia no SBT cercado de expectativa — e de pudores — ao tentar reviver a ousadia dos anos 90

A sensação geral é de que o SBT desejou homenagear a ousadia de Gugu, mas não teve coragem de ir até o fim

Por: Mariana Mourão
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Divulgação

A aguardada reestreia de Viva a Noite na grade do SBT movimentou as redes sociais e trouxe consigo uma combinação curiosa: grande expectativa do público e um visível receio editorial da emissora em assumir a ousadia que marcou o formato original.


Comandado por Luís Ricardo e com participação especial de João Augusto Liberato — filho do eterno Gugu, responsável por transformar o programa em um fenômeno nos anos 90 — o novo Viva a Noite busca resgatar a energia da atração clássica. Porém, ao revisitar quadros emblemáticos, a emissora parece ter pisado no freio mais do que o público esperava.

O exemplo mais comentado? O retorno do icônico quadro do Rambo. A produção escalou os tradicionais rapazes musculosos, mas evitou colocá-los de sunga, como acontecia no programa original. Mesmo exibido depois da meia-noite — horário historicamente mais permissivo para esse tipo de conteúdo — a nova versão optou por uma estética mais comportada, o que gerou frustração entre os telespectadores nostálgicos.

A sensação geral é de que o SBT desejou homenagear a ousadia de Gugu, mas não teve coragem de ir até o fim. Entre medo da crítica, excesso de pudores ou receio de repercussão nas redes, a estreia mostrou que resgatar um programa audacioso exige mais do que nostalgia: exige assumir riscos.

Se o objetivo é reviver o espírito do Viva a Noite, a emissora terá de decidir se está pronta para abraçar a irreverência que fez do programa um marco da televisão brasileira.